Fala resenheiros de plantão!

Uma fotografia de família divulgada dois meses depois de uma cirurgia misteriosa tinha o objetivo de acalmar as especulações sobre a saúde de Kate Middleton, mas teve o efeito contrário, depois de várias agências internacionais terem detetado que foi manipulada. Afinal, o que se passa com a princesa de Gales?

Lucas Rezende fala sobre o caso da princesa Kate Middleton-Foto:Reprodução/Instagram 

Um "desastre de relações públicas"

O básico da gestão de crise é saber a verdade do cliente. Essa verdade por até não vir à tona, mas o profissional envolvido nesse gerenciamento precisa saber o que aconteceu. Só assim tomará as decisões certas. 

No caso da princesa, não sabemos o que houve. E será que os próprios relações públicas do Palácio sabem? Ou também estão precisando comunicar um jogo no escuro? Se estão seguindo por esse caminho, colocam a própria reputação, enquanto profissionais, em jogo. 

Fato é que esse jogo está sendo jogado errado. No afã de estancar uma boataria, colocaram a carroça na frente do boi, com fotos editadas e comunicados vazios deixando o mundo inteiro sem respostas básicas. Eles só colocaram mais lenha na fogueira. Quanto mais essa estratégia se mostra errada, mais teorias surgem. Porque, se nada estivesse acontecendo, qual motivo para esse sumiço? 

Caça à princesa: foi tudo antecipado, mas a longa recuperação de Kate, em total sigilo, está prejudicando a família real (Victoria Jones - Pool/Getty Images) 

Seria imprudente da minha parte dizer o que eu faria nesse caso porque, como disse acima, a verdade é a matéria prima da estratégia. Ela está doente? Está se recuperando de um procedimento? Está com algum problema de saúde mental? É algo relacionado ao matrimônio? O cliente me respondendo alguma dessas perguntas, eu teria uma estratégia. Sem elas, muito difícil. 

Mas vale afirmar uma coisa: mentir para a imprensa, sobretudo a britânica, com faro apurado dos repórteres dos tabloides, é um tiro no pé. Abala a credibilidade de qualquer ação a ser tomada daqui para frente. 

Finalizo lembrando um mantra da boa gestão de crise: a resposta não pode se rápida demais, e mal pensada; nem demorada demais, deixando a narrativa ser contaminada. Num jogo de versões, que fiquem com a sua. O Reino Unido dorme e acorda com várias versões - e nenhuma delas é a favor do Palácio.

Por: Lucas Rezende