
Esqueça tudo o que você sabia sobre broches. Em 2025, esse acessório que por décadas habitou lapelas formais e porta-joias nostálgicos ressurge com força total como um dos elementos mais desejados da temporada.
Longe de ser apenas uma peça decorativa, o broche assume agora o papel de protagonista nos looks das passarelas, dos tapetes vermelhos e do street style internacional. Clássico, sim — mas reinventado com uma linguagem contemporânea, cheia de estilo, afeto e personalidade.
Nas semanas de moda mais importantes do circuito, casas como Schiaparelli, Dior, Carolina Herrera e Chanel apresentaram versões atualizadas do broche, ora maximalistas, ora minimalistas, mas sempre cheias de presença. Aplicados sobre casacos estruturados, tricôs assimétricos ou tecidos translúcidos, eles desafiaram o lugar comum do acessório “de ocasião” e provaram sua versatilidade — transitando do dia a dia urbano à alta-costura com uma naturalidade surpreendente.
O que marca essa nova era dos broches é justamente a liberdade. Não há mais uma única maneira “certa” de usá-los. Eles aparecem sozinhos, em grupo, sobre camisetas básicas, presilhas de cabelo, bolsas, punhos de camisa e até mesmo calçados.
O broche se tornou um gesto fashion — pequeno, sim, mas poderoso. E mais do que um adorno, é um ponto de expressão estética, uma declaração de estilo.
E talvez o aspecto mais interessante dessa tendência seja sua fluidez de gênero. Os homens, aliás, estão na vanguarda desse revival. Figuras como Cillian Murphy, Colman Domingo e Robert Downey Jr. adotaram o broche com maestria, seja em smokings clássicos, seja em looks mais despojados, como malhas finas ou camisetas de algodão.
A lapela virou galeria. O peito, um novo espaço de arte. É o tipo de acessório que transcende o binário, quebrando o padrão rígido do vestir masculino e adicionando sensibilidade, atitude e sofisticação ao visual. Um detalhe, sim — mas carregado de narrativa.
A tendência também se conecta ao momento de valorização da moda afetiva e sustentável. Muitas peças vêm do acervo familiar, garimpadas em brechós ou feitas à mão por designers independentes que apostam em materiais reciclados, pedras naturais e acabamentos artesanais.
Assim, o broche se insere também no diálogo com o consumo consciente, onde a história por trás da peça tem tanto valor quanto sua estética.
Mais do que tendência, os broches voltam a ser símbolos de herança. Em um mundo de moda acelerada, são peças que permanecem — atravessam décadas, carregam histórias e unem gerações.
Um broche herdado da avó pode perfeitamente viver sobre um blazer contemporâneo, ganhar nova leitura, novo contexto, e ainda assim preservar sua essência original. São acessórios que resistem ao tempo, mas que ao mesmo tempo se transformam com ele.
E isso, num cenário cada vez mais conectado à moda emocional, é mais do que luxo: é significado.
Em tempos em que o vestir se tornou também sobre pertencimento, afeto e legado, o broche ressurge como um acessório que não apenas brilha — mas conta histórias. Seja ele novo, vintage ou herdado, o broche é agora um ícone de estilo consciente, atemporal e profundamente pessoal.
Por: Edu Coutinho

Edu coutinho é o idealizador do Portal Resenhando e colunista principal