Fala resenheiros de plantão!
A Coletiva de Homenagem será realizada no mesmo dia, às 15 horas, no Hotel Senac Ilha do Boi. Como parte da homenagem, o artista receberá o Troféu Vitória e o Caderno do Homenageado, publicação inédita e biográfica, assinada pelos jornalistas Leonardo Vais e Paulo Gois Bastos, que trata da sua vida e trajetória profissional.
Lázaro falou à equipe do Festival de Cinema de Vitória sobre a homenagem no evento. “Eu fico muito feliz, muito grato de verdade em ser homenageado neste festival que eu acompanho de longe já faz muito tempo, ou por amigos que me contam, como Elisa Lucinda, que sempre falou com muito carinho do evento, ou pelas notícias que chegam até a mim. Eu acho que nesse momento em que o audiovisual está se revendo, nunca foi tão importante manter vivo os festivais de cinema. Que são espaços de troca, de fortalecimento, de mostrar filmes que não encontram seu espaço de projeção em outros lugares e de reafirmar a força do cinema brasileiro”.
CARREIRA
Nascido em Salvador, Bahia, Lázaro Ramos começou a atuar na década de 1990, no Bando de Teatro Olodum. No coletivo teatral ele interpretou inúmeros clássicos como Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare, Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht; e Dom Quixote, de Miguel de Cervantes; além de textos autorais como o sucesso Ó Paí Ó, que foi adaptado para o cinema, em 2007, com grande sucesso. Ao realizar projetos fora do grupo, ele esteve em espetáculos como A Máquina (2000), de João Falcão, ao lado de Wagner Moura e Vladimir Brichta. Em 2007, ele atuou em O Método Gronholm, texto que ele retoma como diretor, em 2020. Desde 2015 ele dirige, atua e produz o espetáculo O Topo da Montanha, peça teatral em que, ao lado de Taís Araujo, interpreta o reverendo Martin Luther King, e que já levou mais de 300 mil espectadores ao teatro.
No cinema, ele já esteve em mais de 40 produções, que transitam por diversos gêneros audiovisuais. Na lista de trabalhos estão o cultuado longa-metragem Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz, que o fez figurar na lista de melhores atores do jornal The New York Times e lhe rendeu mais de 30 prêmios. Com Jorge Furtado, parceiro constante, ele fez O Homem Que Copiava (2003), Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico (2007). Outro destaque da sua extensa filmografia é Cidade Baixa (2006), de Sérgio Machado, em que divide a cena com Wagner Moura e Alice Braga. Em 2018, protagonizou Beijo no Asfalto, de Murilo Benício, adaptação cinematográfica do clássico de Nelson Rodrigues. Seus trabalhos mais recentes são As Verdades (2019), José Eduardo Belmonte; Papai é Pop (2021), de Caíto Ortiz; e Ó Paí Ó 2 (2023), de Viviane Ferreira. Em 2022, lançou o longa-metragem Medida Provisória, que marcou sua estreia como diretor e foi premiado em diversos festivais internacionais de cinema.
Com mais de 30 participações em programas na TV, Lázaro participou de novelas e séries, além de ser apresentador de programas. Com vários personagens memoráveis na televisão, ele estreou na telinha na série Sexo Frágil, em 2003. Nas novelas, sua primeira aparição foi em Cobras & Lagartos (2006), quando deu vida a Foguinho, papel que ganhou o imaginário popular e pelo qual foi indicado ao prêmio Emmy de melhor ator. Ele também interpretou papéis marcantes em novelas como Duas Caras (2007), Insensato Coração (2011) e Lado a Lado (2012). Entre 2015 e 2018, ele protagonizou quatro temporadas da série Mr. Brau, que se firmou como um dos marcos do empoderamento negro no Brasil. Seu trabalho mais recente em novelas foi o remake de Elas por Elas (2023/ 24), em que deu vida ao icônico Mário Fofoca.
Ainda na televisão, idealizou, dirigiu e apresentou o programa Espelho, do Canal Brasil, que esteve no ar por 16 anos. Após uma carreira de 17 anos na TV Globo, em 2021, Lázaro Ramos assinou com a Prime Video, onde assumiu o cargo de Showrunner, profissional responsável por gerenciar da pré a pós-produção de obras para TV, streaming e mídias digitais. Essa parceria rendeu seu trabalho mais recente como diretor, o longa Um Ano Inesquecível: Outono (2023), romance musical adaptado do conto de Babi Dewet, e protagonizado por Gabz e Lucas Leto.
Além do teatro, cinema e televisão, nos últimos anos Lázaro Ramos tem se dedicado também à literatura. Seu livro infantil de estreia foi A Velha Sentada, de 2010. Em 2015 e 2018 lançou, respectivamente, Caderno de Rimas de João e Caderno Sem Rimas da Maria, inspirados em seus filhos. Em 2019, publicou sua quarta obra literária infantil, Sinto o que Sinto e a Incrível História de Asta e Jase, em parceria com o Mundo Bita, e O Pulo do Coelho (2021). Em 2017, chegou as livrarias o best-seller Na Minha Pele, livro que marca sua estreia na literatura adulta e o consagrou como um dos escritores negros mais vendidos do país. Em 2022, publicou o livro Medida Provisória: Diário do Diretor, que conta os bastidores da direção de seu primeiro filme; e Você não é Invisível, em que escreve pela primeira vez para os jovens.
31º FCV
De 20 a 25 de julho, acontece o 31º Festival de Cinema de Vitória, que apresentará a safra atual e inédita do cinema brasileiro. Além das exibições nas mostras competitivas, o evento contará com sessões especiais, debates, formações e homenagens que transformarão a cidade de Vitória na capital do cinema brasileiro. Toda programação é gratuita.
O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale* através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura*. Conta também com o apoio da Rede Gazeta e do Canal Brasil. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
Por: Edu Coutinho
Edu coutinho é o idealizador do Portal Resenhando e colunista principal